sábado, agosto 13, 2005

What Can I Do By The Corrs

I haven´t slept at all in days
It´s been so long since we´ve talked
And I have been here many times
I just don´t know what I´m doing wrong

What can I do to make you love me
What can I do to make you care
What can I say to make you feel this
What can I do to get you there

There´s only so much I can take
And I just got to let it go
And who knows I might feel better, yeah
If I don´t try and I don´t hope

What can I do to make you love me
What can I do to make you care
What can I say to make you feel this
What can I do to get you there

No more waiting, no more aching...
No more fighting, no more trying...

Maybe there´s nothing more to say
And in a funny way I´m calm
Because the power is not mine
I´m just going to let it fly

What can I do to make you love me
(What can I do to make you love me)
What can I do to make you care
(What can I do to make you care)
What can I say to make you feel this
(What can I do to make you love me)
What can I do to get you there
(What can I do to make you care)
(2X)

And love me... love me...

terça-feira, agosto 09, 2005

Vício Urbano

A falta de ar machucava sua garganta. Uma dor alucinante o sufocava. Correu. Finalmente alcançou; pisou no tapete e as portas se abriram. O ar fresco característico de ar condicionado encheu seus pulmões e ele voltou a respirar.
Tinha acabado de entrar em um shopping e o ambiente o confortava. Caminhou, então, até o banheiro; estava ofegante.
Olhou-se no espelho, lavou, secou o rosto e ajeitou o cabelo. Qual o problema em querer parecer bonito? Gostava de se arrumar, de usar roupas chiques. Não era gay! Não. E nem admitia o rótulo “metrossexual”, mas gostava de estar arrumado.
Saindo do banheiro observou as vitrines. Encontrava-se no shopping Villa Lobos e estava duas horas adiantado para seu encontro.
Continuou caminhando até que o viu. Lá estava ele, preto e prata, reluzente, sorrindo para ele. O mais novo celular. Tinha câmera, visor colorido, bluetooth, infravermelho, computador embutido, cordão para pendurar no pescoço e até...um cortador de unha!
Furou a fila e se dirigiu à vendedora. Queria saber o preço. A resposta o atordoou, já que era seis vezes o seu salário.
Sentou no banco do corredor por um minuto para poder pensar e decidiu levá-lo. Era essencial; um celular deve refletir como você se sente, pelo menos era isso que Fernando pensava, e ele se sentia moderno, poderoso, lindo, exatamente como o celular, e um cortador de unhas é sempre muito útil.
Entregou o cartão à jovem que o atendia e assinou a fatura. Dezoito vezes! Uma verdadeira barganha!
Assim, feliz, e com celular novo, Fernando passeia pelo shopping. Até que uma porcentagem muita alta atinge seus olhos. 50%! Era isso que estava estampado na vitrine da Cavalera, 50%! Entrou imediatamente.
Nessas liquidações é sempre muito difícil achar algo legal, mas o mais difícil mesmo é achar algo que caiba.
Achou uma camiseta com uma estampa moderna, mas dois tamanhos maiores que o dele, mas estava tão baratinha que resolveu levar. Incluiu na conta uma calça jeans também já que se encontrava lá, mas ela não estava na promoção.
Seu celular antigo tocou. Não tinha transferido as ligações ainda. Era ela. Não poderia vir pois tinha batido o carro. Perguntou se estava bem. Estava.
Achou melhor assim, afinal aquela menina gastava muito de seu dinheiro. Cinema, pipoca, McDonald’s. Se continuasse assim ela ia ficar imensa.
Fernando já havia gastado bastante, mas não está satisfeito. Estava nervoso. O Villa-Lobos era muito complicado, não tinha tantas opções para gastar dinheiro, quer dizer, para comprar roupas. O Iguatemi, por exemplo, parecia mais agradável.
Ficou pensando em que gastaria o resto de seu dinheiro. Surgiu uma idéia. Mas será que deveria? Estaria pagando pelo pior dos pecados! Decidiu que sim, já que era inconcebível voltar para casa com dinheiro sobrando.
Foi até a doceria e comprou um brigadeiro. Todo aquele açúcar fluiu pelas suas veias. Agora estava satisfeito.