Metade do caminho: 6 meses em Budapest

Seis meses atrás uma garota de 21 anos desembarcou no aeroporto de Ferihegy, em Budapest, Hungria, com malas demais e medo de menos.

Nessa semana eu completo metade do meu intercâmbio e é com muita felicidade e orgulho que eu olho pra traz e avalio que fiz uma boa decisão em vir.

O trabalho na Nokia é muito legal! Essa é minha primeira vez trabalhando em uma multinacional e posso falar que a estrutura da empresa é incrível - tanto na parte física quanto na questão de conhecimento. Temos acesso à muitas informações que contribuem para o crescimento da organização e dos colaboradores através de uma intranet gigante, chats e live meetings. Eu ainda fui sortuda suficiente para participar de uma visita de um VP, reunião presencial com nossa diretora e ainda um Halo Meeting (video conferencia power) com nossos pares na China e na Finlândia! Minha área é Accounts Receivable - ou seja, contas a receber - e no meu time, cada pessoa cuida de um ou mais países. Eu e mais um húngaro com português fluente cuidamos somente do Brasil, uma vez que o volume de operações é muito grande. Tratamos com o time de finanças do Brasil e fazemos as allocations corretas dentro do sistema entre as contas dos clientes e as contas gerais.
Como parte do grande time de Finance & Controlling participei de uma ação social que a Nokia fez em um orfanato nos subúrbios de Budapest. Foi muito legal ver também que a empresa tem esse poder de engajar as pessoas e dar a oportunidade de um trabalho extra como esse. Na minha opnião, a maioria das pessoas acaba não ajudando por que não sabe nem por onde começar. São tantas opções de projetos socias pelo mundo e tanta gente precisa de ajuda que é impossível decidir. Quando a empresa faz essa escolha, transporte e outras decisões vemos muitos funcionários satisfeitos e felizes em estar ajudando.
Tive uma mudança de gerência nesse período, iniciei com um chefe finlandês que estava voltando de uma temporada responsável pelo time de Beijing e agora tenho uma chefe húngara que estava de licença-maternidade. Meu time é todo bem jovem com idades entre 24 e 30 e isso tem sido umas das melhores coisas! Eu almoço com eles todos os dias, happy hours depois do trabalho, academia, festas no final de semana, viagens  às suas cidades natais. E óbvio, ajudas com o húngaro e dicas que só os locais tem. :)


A cidade de Budapest é fenomenal. Me sinto muito bem morando aqui. As pessoas em geral são educadas e respeitosas. Desde que cheguei eu prestei atenção na língua, anotei, repeti, falei, falei, falei, até começar a aprender algumas coisinhas em húngaro. Assim, comprei um livro básico sobre húngaro e passei a buscar informações na internet para aprender mais. Sempre contando com a ajuda dos meus colegas de trabalho, todos húngaros! No início de 2011, iniciei aulas particulares com uma professora e até agora já tive 6 aulas! É irado a quantidade de informações novas que você pode retirar do ambiente quando começa a aprender a língua do local. Na vida pública, os húngaros tendem a dividir pouco e preservam suas informações particulares. Mas quando você se torna um amigo é como se passasse a integrar o círculo da família e eles são engraçados, gostam de conversar, comer e beber. Dá para perceber que a cidade tem muita gente jovem andando pelas ruas. Tem várias universidades na cidade de Budapest que atrai os graduandos do resto da Hungria e do resto da Europa em programa como o Erasmus, famoso programa de intercâmbio acadêmico europeu. Todo mundo parece ter cachorros e bebês pois passeando pela cidade o que você mais vê é gente com criança! E sobre os cachorros, eles gostam do bicho, mas não gostam muito de catar as necessidades, então cuidado ao andar na rua! :)


Eu li no blog de um colega da AIESEC, Tiago Maciel, sobre o poder da amizade e como as pessoas que ele foi conhecendo pelo mundo foram mudando sua visão sobre seus respectivos países. Eu me sinto da mesma forma. As amizades que fui criando nesses últimos anos, foram fazendo com que minha visão de mundo se expandisse muito. As "informações gerais" sobre determinado país eram só um complemento à impressão que aquele amigo me passou. Posso falar isso sobre os Estados Unidos, sobre o Japão, sobre a Estônia, sobre a Polônia, sobre a Itália e agora, sobre a Rússia, Venezuela, Colombia, Portugal, Argentina, México, Hungria, França, Brasil*.... e, com paciência, sei que essa lista vai crescer!
*Vocês viram o Brasil aí na lista pessoal? Pois é! Isso acontece, por que o Brasil é grande demais e, de certa forma, o mesmo processo aconteceu comigo dentro do Brasil. Nossa "família" aqui de trainees tem/teve gente de Porto Alegre, Santa Maria, Campinas, Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro, São Bernardo, Santos, Recife. Meu Brasil não para de crescer!


E as viagens!? Nossa! Muito legal a facilidade em se viajar por aqui! Fui para Praga, na República Checa com a Re e a Isa, fui para Viena, na Áustria, fui para Geneva, na Suíça e para Chamonix, na França e dentro da Hungria já visitei Szentendre, Agárd, o lago Velence, Szekesféhervár. Impossível falar de todas elas aqui!! (Coloquei os links para os posts sobre cada viagem, estou devendo o post sobre a Suíça ainda - aguardem!!)


Não vai dar para falar desses 6 meses sem mencionar o Jani. Para quem ficou se perguntando quem era o viajante misterioso me acompanhando na viagem à Viena, acho que não tem por que esconder que ele é meu namorado! :)
O nome dele é János, se pronuncia "iánosh" e o apelido dele é "iani". Ele é húngaro e só posso dizer que estou muito feliz e apaixonada. Ele é muito simpático, bonito, inteligente, dedicado, mora perto de Budapest com os pais, tem uma irmã e um cachorrinho chamado Bukshi!


Mas fiquem tranquilos!
Para os que ainda não sabem e estão preocupados, eu decidi que vou voltar mesmo, então em Setembro estarei no Brasil já. :)
Pretendo terminar meu curso na PUC e aí ver para onde o mundo me leva.


Meus costumeiros agradecimentos aos meus fiéis leitores e todos que "drop by" de vez em quando para ver como tem andado o blog.